Plataformas Digitais
Direitos Humanos
Anistia Internacional
Marielle Franco

O uso de Plataformas Digitais no ativismo de Direitos Humanos: um olhar sob as plataformas Facebook e Twitter utilizadas pelo movimento da Anistia Internacional no Brasil e o caso Marielle Franco (2021)

Tese de Doutorado em Diversidade Cultural e Inclusão Social Orientação: Prof. Dra. Sandra Portella Montardo

Luciano de Almeida Lima

RESUMO: A pesquisa tem como tema o uso de plataformas digitais no ativismo de direitos humanos no Brasil, tendo como foco de análise as plataformas Facebook e Twitter, utilizadas pelo movimento da Anistia Internacional nas campanhas e ações que envolvem o caso Marielle Franco. Dessa forma, o objetivo geral da pesquisa é analisar como o uso de plataformas digitais configura o ativismo de direitos humanos no Brasil, tendo como objeto de análise, o movimento da Anistia Internacional, suas plataformas digitais, Facebook e Twitter, quando utilizadas na(s) campanha(s) e ações do movimento que envolvem o caso Marielle Franco. Os objetivos específicos por sua vez são: a) apresentar como os direitos humanos vêm sendo construídos, reconhecidos e/ou violados ao longo da história, no contexto internacional e regional, com foco para a Anistia Internacional; b) apresentar o(s) conceito(s), evolução e características das Plataformas Digitais e c) investigar o(s) uso(s) das plataformas digitais Facebook e Twitter pela Anistia Internacional no Brasil, a partir de estudo de caso de campanhas e ações que envolvam o caso Marielle Franco. Como referencial teórico, são apresentadas contextualizações relacionadas aos direitos humanos e sua trajetória, questões relacionadas a Web 2.0, ao ativismo em rede e as plataformas digitais. Para alcançar os objetivos da pesquisa e responder à problemática pensada, utilizou-se do método de abordagem hipotético-dedutivo, através de uma pesquisa exploratória, qualitativa, bibliográfica, documental e com estudo de caso. Como conclusão observou-se que as plataformas digitais configuram o ativismo de direitos humanos no Brasil, por meio de características relacionadas a cada uma das subcategorias analisadas: tecnologia, uso/usuário, conteúdo, propriedade, modelo de negócios e governança. Desse modo, quando o ativismo de direitos humanos se apropria do uso das plataformas digitais passa a sofrer a influência e interferência de todas as características que integram o ecossistema das plataformas. As plataformas estão distantes de serem apenas uma ferramenta neutra para facilitar conexões e a comunicação; ao se utilizar das plataformas digitais o movimento analisado, se submete também as influências da própria plataforma utilizada, vivenciando a dependência de uma sociabilidade programada; ao fazer parte do ecossistema das plataformas digitais, pôde-se observar também a violação dos direitos humanos; utilizar as plataformas digitais, significa fazer parte de um ecossistema que utiliza de forma não transparente os dados dos seus usuários violando por exemplo, o direito humano à privacidade, além do que, os discursos de ódio propagados por meio das plataformas também podem significar a violação desses direitos, assim com um ativismo contra os direitos humanos.